Colelitíase é a presença de pedras (cálculos) na vesícula biliar, a qual é responsável por armazenar a bile.
A causa da formação dos cálculos não está realmente elucidada. A maioria dos cálculos é formada de colesterol, podendo também ser encontrados sais de bilirrubina e cálcio. Os fatores de risco conhecidos são: idade acima de 40 anos, obesidade, sexo feminino, diabetes, gravidez, uso de anticoncepcional, rápida perda de peso, cirrose, triglicerídeos aumentados, história familiar de colelitíase, algumas anemias, cirurgia de obesidade, cirurgia com ressecção de intestino, uso prolongado de nutrição parenteral total e uso de alguns medicamentos (octreotide, clofibrato e ceftriaxona). Pacientes submetidos à cirurgia bariátrica tem incidência de até 30% de desenvolver pedras na vesícula.
A maioria dos pacientes é assintomática. Dos pacientes assintomáticos, aproximadamente 20 a 30% apresentarão sintomas no decorrer da vida.
Nos que apresentam sintomas, a dor é o sintoma mais comum e é do tipo cólica ou contínua de forte intensidade, na região do estômago, lado superior direito do abdome e nas costas. Durante as crises de dor, podem ocorrer náuseas, vômitos e sudorese. A dor dura em torno de 30 minutos.
Outros sintomas atípicos, podem ser vistos em pacientes com colelitíase: dor abdominal inespecífica, dor torácica, estufamento, saciedade precoce, regurgitação, azia e dor epigástrica. Pacientes com sintomas atípicos, podem não melhorar após a colecistectomia (cirurgia da vesícula).
O melhor exame diagnóstico é a ecografia de abdome. Os exames de sangue estarão alterados, em casos de complicações (inflamação na vesícula, obstrução do canal da bile ou pancreatite). A tomografia ou a ressonância raramente estão indicados, exceto quando existe alguma dúvida diagnóstica.
As complicações mais comuns são a colecistite aguda (inflamação na vesícula), coledocolitíase (obstrução do canal da bile), colangite (inflamação no canal da bile) e pancreatite aguda.
O tratamento é cirúrgico! Consiste na retirada de vesícula biliar, a colecistectomia, que é preferencialmente realizada por laparoscopia.
A cirurgia está indicada nos pacientes com colelitíase ou com lama biliar, sintomáticos. Em pacientes assintomáticos, a indicação de colecistectomia é controversa na literatura, por isso converse com seu cirurgião!
Não existem recomendações para evitar o aparecimento de pedras. Pacientes com colelitíase podem prevenir os sintomas evitando comida gordurosa e realizando atividades físicas.
Dra. Micheli Fortunato
Cirurgiã Geral e Cirurgiã do Aparelho Digestivo em Curitiba