As lesões benignas do fígado são comuns e na maioria das vezes assintomáticas, com diagnóstico incidental (achado por acaso). Porém, em alguns casos, essas lesões podem ter transformação maligna, sendo necessário acompanhamento e/ou tratamento através de cirurgia. Na maioria das vezes o diagnóstico é feito por exame de imagem (tomografia ou ressonância), sem necessidade de biópsia.
CISTOS HEPÁTICOS
São lesões preenchidas por líquido, podendo ser únicos ou múltiplos e não têm uma causa definida. A maioria não causa sintomas e é diagnosticada de forma incidental. Existem alguns tipos de cistos hepáticos:
ADENOMA
É um tumor benigno do fígado, geralmente assintomático. Mais comum em mulheres, tem causa indefinida e pode estar associado ao uso prolongado de anticoncepcional, anabolizantes e doenças de acúmulo de glicogênio. Pode apresentar sangramento, dor abdominal aguda e possui risco de malignidade. Existem três tipos de adenomas: 1) mutação HNF1a ou esteatótico; 2) inflamatório ou telangiectásico; 3) mutação da b-catenina (maior potencial de malignidade).
O tratamento é controverso, mas a maioria dos serviços do mundo indica ressecção do adenoma quando maiores do que 5,0 cm, história de sangramento ou quando ocorrem em homens, independente do tamanho.
HEMANGIOMA
É o tipo mais comum de nódulo benigno do fígado, é formado principalmente por vasos sanguíneos e não tem potencial de malignidade. Na maioria dos casos não causa sintomas e não necessita de tratamento. A cirurgia pode estar indicada nos pacientes sintomáticos ou em alguns casos nos hemangiomas maiores do que 15 cm. Sangramento é uma complicação rara.
HIPERPLASIA NODULAR FOCAL
É um nódulo benigno do fígado formado pelos hepatócitos (células do fígado) sem potencial de malignidade. Em geral é assintomático e raramente precisa de tratamento cirúrgico. As complicações são infrequentes e parece não ter relação com uso de hormônios.