Durante a fase aguda da COVID-19, até 4 semanas a contar do início dos sintomas, estamos sujeitos a uma resposta inflamatória sistêmica com repercussão em todo o corpo, com risco especial de grave acometimento pulmonar, que pode deixar marcas além deste período. Após essas primeiras 4 semanas passamos a chamar este novo momento de pós-COVID-19 (ou Long-COVID-19), onde diversos sintomas podem estar presentes e representar uma fase de convalescença da doença – processo de melhora. Mais de 1/3 dos pacientes após o quadro de COVID-19 aguda ainda apresentam sintomas como: fadiga (até 80%), falta de ar (até 70%) dor/desconforto torácica (até 40%) e tosse (até 35%) – além de diversos outros sintomas, inclusive alterações da memória, sono, ansiedade, palpitação, sudorese e fraqueza muscular.
A investigação passa pela avaliação clínica detalhada (história + exame físico), exames de sangue, tomografia de tórax (no tempo adequado), provas de função pulmonar (geralmente espirometria com difusão) e investigação adicional baseado nos sintomas referidos pelo paciente. A avaliação do pneumologista visa interpretar todos estes achados frente à possibilidade de um momento pós-COVID-19 e/ou o surgimento de complicações como tromboses, infecções bacterianas, inflamação exacerbada do pulmão (pneumonia em organização), alterações cardiovasculares, dentre outras.
O tratamento é direcionado para os sintomas e/ou complicações encontradas durante a investigação e portanto é estritamente individual. Vale ressaltar a importância da realização de fisioterapia e atividade física assim que indicado e com segurança, completar esquema vacinal e controle das novas comorbidades ou aquelas presentes antes mesmo da COVID-19. Fique atento aos sintomas e busque ajuda médica caso tenha dúvidas!